quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

33º FESTIVAL INTERNACIONAL DO NOVO CINEMA

LATINO-AMERICANO
Festa da imagem e do pensamento

MIREYA CASTAÑEDA
FOTOS: YANDER ZAMORA

O 33º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano decidiu abrir suas telas com o filme argentino Un cuento chino (Um conto chinês), do diretor Sebastián Borensztein, que vem com o aval do prêmio Marco Aurelio ao Melhor Filme, do Festival de Roma e o Fassbinder, na Alemanha.


Alfredo Guevara.

A festa inaugural teve lugar, como é tradição, no teatro Karl Marx de Havana e a abertura esteve a cargo do fundador e presidente do Festival, Alfredo Guevara.

Guevara definiu a reunião do cinema regional de "festa da imagem e do pensamento" e instou a convertê-la "em um lugar melhor para a juventude criadora, portadora do futuro".

No afã de apresentar a interação da arte, foi convidado a uma breve atuação, o destacadíssimo jovem pianista Harold López Nussa, e seu quarteto de jazz, esta vez acompanhado pelo projeto El solar de los seis, que acrescentaram a rumba.

Um dos protagonistas do filme Un cuento chino, Ignacio Huang apresentou a película que, sorrindo, lembrou aos espectadores que é "argentino e latino-americano, transmitindo uma calorosa saudação do diretor Borensztein e de Ricardo Darín, muito admirado na Ilha por El hijo de la novia (O filho da noiva), Luna de Avellaneda (Lua de Avellaneda), Nueve reinas (Nove rainhas) e El secreto de seus ojos (O segredo dos seus olhos), prêmio Óscar ao Melhor Filme Estrangeiro).

A COMPETIÇÃO PELOS CORAL DE FICÇÃO


Darín e Ignacio Hang em Un cuento chino

Sebastián Borensztein em Um cuento chino, volta à comédia depois de sua obra-prima, La suerte está echada (A sorte está lançada), e para sustentar a história conta com Ricardo Darín, figura indiscutível do cinema argentino, em outra genial interpretação com a qual mereceu, neste mesmo ano, o Prêmio Konex de Prata ao Melhor Ator de Cinema e o Konex de Brilhante à Maior Figura do Espetáculo da década 2001-2010.

O filme parte de um absurdo, uma vaca que cai do céu, e baseia-se principalmente, no mal-entendido e na falta de comunicação que aparece entre os personagens, um é solícito, simpático, comedido e o outro é irritadiço, queixoso e obsessivo. É uma película de humor apesar de que se articula a partir da tragédia, e esse humor recai na atuação de Darín.

Un cuento chino representará Argentina nos Prêmios Goya.

Outro filme já competindo é o brasileiro O abismo prateado, de Karim Aïnouz, reconhecido com lauréis no Festival de Cinema de Havana por Madame Satã (2002), O céu de Suely (2006) e Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009).

Exibiu-se também El año del tigre (O ano do tigre), do chileno Sebastián Lelio, recordado por sua obra-prima La sagrada família (A sagrada família - 2006). Nesta ocasião, narra um fato real, o terremoto de 27 de fevereiro de 2010, mas não é uma história de gênero, nem sobre a catástrofe, é um filme interno, de personagem, que estremece pela profundidade do drama do homem.

Através de uma impecável atuação de Luis Dubó, e uma sólida história, o diretor lembra ao espectador que ainda "o homem é o lobo do homem".

El año del tigre chega também com seu pedigree, prêmio do júri no Festival de Locarno.

Apenas duas mulheres estão na Seção Oficial de longas-metragens, a venezuelana Marité Ugás, com El chico que miente (O garoto que mente) e a equatoriana Tania Hermida com En el nombre de la hija (No nome da filha), a primeira que foi exibida no circuito do Festival.

Hermida, graduada em Direção na Escola Internacional de Cinema e Video de San Antonio de los Baños, iniciou-se como realizadora com Qué tan lejos (Quão longe - 2008) e regressa agora com En el nombre de la hija, onde liga "drama e comédia costumbrista", para contar a história de uma menina e seu irmão que lutam para romper os dogmas de sua família.

Do filme, é preciso destacar a impressionante atuação das crianças, que propiciou o recebimento do prêmio Marco Aurelio, da seção Alicia en la ciudad, por um jurado por crianças menores de 13 anos de idade, no Festival de Roma.

Uma sorte é que neste 33º Festival algumas das películas consideradas "para prêmio" foram exibidas na mesma primeira jornada. Os Coral serão anunciados em 11 de dezembro, quando já estaremos em nossa próxima edição.

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