quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Tristão...e a vida em morte .. Eros Tauro SP

“Terei me tornado outro? A mim mesmo estranho ? De mim mesmo evadido?...”Nietzsche,2005)




Agora eu sou um negócio!!!!!!!!!
Destroçou-se a minha consciência,meu cérebro, entrei em pedido de vida e deram-me a morte, que ja se avizinhava em vida, na hospitalidade do perverso médico.
Retirou-se de mim a pança da vida, meu alfabeto de dizer, meu ouvido de plainar meus olhos de esculpir e me deixaram esponja a revelar sobejos.
Sou couro cortado de técnicas, curtido de água morta e espoliada.
Agora não sou mãos, sou eles e fico como um prego no escuro, dilaceram- me para escanear a possibilidade de ganho.
Sou um NÃO e estando, mesmo não sendo, deixam-me fisgar por olhos , que não mais tenho. Sou simulacro de existir.
Sou um desprezo, como uma pomba tombada agônica, mas permanecem as outras a me beliscar na cabeça, tronco e restos em rituais técnicos não de vida/morte das palomitas.
Vou, tendo ido, mas exclamam, os abutres brancos, anjos em culto satânicos , sobre meus espasmos que não muscula, senão por ejetos que me solapam.
Sou um boneco inflado por lâminas incendiadas , assim não me reflito mais em espelhos, eles são espelhos e me dizem meu nome de um eros criado para uma nova politização de vida em tanatos.
Agora, sou um negócio, no branco da política da morte na faca do capital, um prometeu sem correntes, sem direito a órgãos, sou um azedo branco, para um clinicar de uma vida dizimada mas com a terapêutica perversa de sandices de sapo dissecado e de cuidados do além lucro.
Sou a morte politizada na safona esqualidada do fole do lucro, que toca marchinhas de escarnio e promiscuidade ética.
Sou a vida deles,pelo meu avesso, sem a dignidade de estar não mais aqui, senhores juízes médicos da vida e ora da morte deixem-me ir a vida também é morte.

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